domingo, 8 de junho de 2014

Paralisação por Excesso de Escolhas

Falei com o Gabs hoje e ele foi só um fofo. Eu o amo muito, muito mesmo.
Mas ainda assim, falando com ele e ele me acalmando, decidi escrever aqui sobre isso.
Porque acho que preciso mesmo escrever um pouco. E isso é um bom assunto a tratar.

Esse fim de semestre está bastante cheio. Quem viu minha agenda sabe: Prazos de entrega a torto e a direito, seminários, relatórios, provas; a copa se aproximando para levar o Brasil ao caos; meu medo de palco me fazendo tremer pelas apresentações; tenho que ir ao médico e tudo mais...

Obrigada mesmo ao C. por estar me ajudando a manter minha cabeça no jogo. Sem você eu provavelmente teria desistido, ou só entrado em desespero.

Agradeço à ele, também, por ter me feito pensar sobre mim e minhas virtudes e prioridades.

Minha maior prioridade atualmente é minha mãe. Mesmo que ela não sinta isso.
Eu quero que ela fique bem e se recupere e eu tenho a alta impressão de que ficar longe dela é necessário nesse momento. Sei que ela está se sentindo um tanto só. Eu também sinto falta da minha família, dela e do meu pai. Mas acredito ser só uma fase, e vamos nos reencontrar. Faço questão disso.

Já a minha maior virtude, segundo eu mesma, é minha fidelidade e esforço absoluto para que meus amigos fiquem bem.
E isso pode me machucar as vezes, mas eu não ligo. Meus amigos valem a pena e eu acredito que posso ajudá-los.

E depois de muito papo sobre prioridades, virtudes, medos, tralalá, chegamos na faculdade:
A USP é uma prioridade minha?

não.

O Gabs me perguntou hoje se a USP era o que eu queria, ou o que eu precisava.
Dai eu acho que mais preciso do que quero.
Na verdade eu quero férias.
E na verdade eu acho que uma mês (Julho teórico) não vai dar como férias.
E ao mesmo tempo, um semestre inteiro de férias vai me fazer mais mal do que bem.
E ao mesmo tempo, eu quero não me importar.
E ao mesmo tempo, meu pai iria querer que eu me formasse.
E ao mesmo tempo, eu acho importante ter um diploma universitário.

E a pergunta mágico e maldita: "Aonde eu me enxergo daqui 10 anos?"
Sabe que eu não sei?
Vou estar trabalhando e provavelmente terei uma casa.
MAS: trabalhando em que; trabalhando de que; trabalhando aonde; recebendo quanto; trabalhando para quem; morando sozinha ou morando com alguém; morando aonde; casa ou apartamento; comprado ou alugado?

Todas são perguntas misteriosas. E sem resposta.

Nem sei se quero oceanografia.
E se eu quiser oceanografia, nem sei qual área.
E se eu souber qual área, nem sei se quero seguir com pesquisa ou carreira acadêmica.

E se eu souber qual deles, nem sei se isso vai me deixar orgulhosa de mim mesma pela decisão, ou se vai me deixar miserável por não ter tomado a decisão correta.

Não sei se vocês já viram esse video.
O Aquaman me mostrou essa semana. É uma palestra do TED de um cara chamado Barry Schwarts, falando sobre o Paradoxo da Escolha. Ele diz que o fato de termos escolhas demais nos agride e nos paralisa.
Porque a culpa, caso a decisão não seja perfeita, cai sobre nós. E como há muitas escolhas, você não tem desculpa caso erre a resposta perfeita. Afinal, ela era uma das opções, certo? E no fim, mesmo tendo sido uma boa escolha, você fica deprimido com ela, pois não é perfeita. É um jogo de expectativas e realidade. (isso é um resumo da palestra.)

Então, talvez eu só esteja com "preguiça", ou "adiando para amanhã", porque estou com medo de tomar a decisão errada.

"Mas Hita, não existe decisão errada!"

Aham.
Sei.
Ainda assim, não é sobre isso. Mesmo que seja um decisão errada, quantos anos vou perder para me tocar disso? Mesmo que seja uma decisão correta, com o que eu vou comparar para saber disso?

"Mas Hita, isso é a vida!"

A vida é confusa e complicada. Sim.
A vida exige muitas escolhas. Sim.

Sei disso. Ainda assim fico confusa e duvido de minhas escolhas. Quem nunca?
Eu só quis escrever sobre elas.
Boa tarde a todos e uma boa abertura de copa/dia dos namorados/ festa junina para vocês.

3 comentários:

  1. Posso dizer que já fiz escolhas, já me dei mal com a minha escolha acadêmica (que tava certa mas que não me deu nenhum horizonte de verdade), e aí eu tô chegando perto do final da minha segunda escolha e não sei se essa vai dar certo também, mas acho que vai.

    E que até hoje fico confusa. Só que de uma forma mais calma. Isso também vem depois de um tempo - você se confunde e fica com medo, mas esse medo tem outra dimensão. E você passou por coisas demais ultimamente e isso influencia. Mas você já sabe disso =)

    Por fim, saudadinhas de tu =) Beijocas.

    ResponderExcluir
  2. De fato, não acertar não é um erro, mas a hora que nos tocarmos disso estaremos mais próximos do nirvana do que qualquer um nos últimos 2k anos. Me sinto idiota por ser imbecil e saber de meus problemas e não poder fazer nada, mas ao mesmo tempo vejo os outros que passam pela mesma situação e acho extremamente válido. Talvez, não, certamente isto tem a ver com a minha maldita auto cobrança, mas anyway, será que se não nos cobrarmos de fazer, ter, sentir e ser o que foi incumbido em nossas inocentes cabeças de oq seria necessário para sermos felizes tudo não daria mais certo? Se pá da na mesma... Atualmente sinto necessidade de ir embora e nunca mais voltar. Mas não há como fazer isto sem machucar alguém. Bem, ignore tudo isso, ao fim vejo que tanto faz se não tenho maturidade ainda para entender a vida.

    ResponderExcluir